quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Onde investir até R$ 10 mil?

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Fundo imobiliário, ações, CDB, Tesouro e até debêntures podem dar bons retornos para quem recebeu restituição do IR, adiantamento do INSS ou, simplesmente, conseguiu poupar
 
Títulos atrelados à inflação. fundos imobiliários e de índices de ações são opções para até R$ 10 mil

Se antes era difícil juntar dinheiro para investir, agora, o que dá trabalho é encontrar opções simples, seguras e rentáveis para aplicar pequenas somas de dinheiro. Com a queda dos juros, a poupança deixa de ser atrativa. Mas especialistas mostram que há alternativas para quem recebeu a restituição do Imposto de Renda, o adiantamento do INSS ou que, simplesmente, conseguiu se organizar para começar a poupar. Fundos imobiliários, ações, CBD, alguns títulos do Tesouro Direto e até mesmo debêntures têm bons retornos para quem tem até R$ 10 mil para aplicar.

Na opinião de sete especialistas em investimentos para pequenos investidores consultados pelo iG , uma boa pedida é misturar produtos financeiros renda fixa com um pouco de renda variável. “Em todo país que teve uma mudança na taxa de juros, para baixo, como está acontecendo no Brasil, a renda variável dobrou em quatro ou cinco anos. O investidor busca rentabilidade, e aqui não está sendo diferente,” diz Pedro Galdi, analista da SLW Corretora.

Uma das opções é montar uma carteira de investimentos que misture títulos do Tesouro Direto com ações ou fundos de ações. Outra possibilidade é mesclar CDBs com fundos imobiliários.
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Tesouro com ações

Neste caso, se o prazo de investimento for mais curto, os títulos prefixados oferecidos pelo Tesouro são mais interessantes, diz Fabrício Tota, gerente de homebroker da Socopa Corretora. Quem tem mais tempo para o dinheiro render pode optar por uma NTN-B principal, que acompanha a inflação e não paga bônus semestrais. “Independente do que acontecer, o poupador vai ter um rendimento real, ou seja, acima da alta dos preços,” diz Tota. Flávio Guarino, responsável pelos canais eletrônicos de investimento da Votorantim Corretora, diz que este papel também permite que o investidor pague o imposto apenas na hora do resgate final e, quanto mais tempo, menor a taxa.

Do lado da renda variável, é possível investir em algumas ações isoladamente, ou em fundos que misturem um grupo de papéis. Quem preferir a primeira opção pode misturar companhias maiores e mais sólidas com algumas menores, que podem ser favorecidas pelo crescimento do Brasil. As sugestões de Pedro Galdi, da SLW, considerando uma disponibilidade de R$ 10 mil, são papéis de Vale, Gerdau, Itaú Unibanco, Brazil Foods, Iochpe Maxion e Droga Raia - “sempre pensando no longo prazo,” acrescenta. Esta escolha, entretanto, pode ter custos elevados para o investidor, que terá que pagar taxas de corretagens para cada negócio feito, além da custódia. Além disso, o investidor tem que estar preparado para suportar fortes oscilações.

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Por isso, surgem como opções os fundos de ações e também os chamados ETFs (sigla em inglês para Exchange-traded Funds), que são fundos que acompanham índices de ações. Entre os fundos de ações, Sinara Policarpo, superintendente de investimentos do Santander, destaca aqueles que aplicam em companhias de infraestrutura e nas chamadas “small caps”, que são empresas médias e um pouco menores. Na opinião dela, o momento da economia brasileira favorece estes produtos. Nestes casos, o investidor paga taxas de administração pelo trabalho de gestão das carteiras.

Já os ETFs, que são negociados na bolsa de valores, não têm a cobrança da taxa do administrador. Algumas opções recomendadas são as que acompanham o Ibovespa (BOVA11) e as empresas médias (SMALL11). Apesar de a liquidez ser menor do que a da poupança e a de algumas ações, o mercado está crescendo e os agentes maiores estão garantindo movimento, o que possibilita mais facilmente as entradas e saídas do pequeno investidor, segundo Tota, da Socopa.

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A economia de escala é a principal vantagem dos fundos de ações setoriais e dos ETFs, completa Ricardo Rocha, professor de finanças do Insper. “Ficaria muito caro para o investidor replicar o investimento nas mesmas ações,” diz.

Outra opção com um pouco mais de risco são os fundos multimercado, nos quais o gestor tem maior liberdade de atuação e pode aplicar também em moedas e outros tipos de produtos mais complexos. “Quem quiser experimentar essa modalidade tem que pesquisar um pouco mais, verificar quais as características do fundo,” diz Ricardo Rocha, do Insper. Além disso, é preciso saber quais corretoras e bancos têm aplicações mínimas que cabem dentro da disponibilidade de R$ 10 mil. “E qualquer taxa de administração acima de 1% já pode ser considerada muito alta,” completa o professor.

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CDB com fundos imobiliários

O Certificado de Depósito Bancário (CDB) também é opção interessante para a porção de renda fixa da carteira do investidor. Quando o cliente tem mais tempo para deixar o dinheiro rendendo, consegue negociar um retorno maior com o banco ou a corretora. Em geral, grandes instituições bancárias oferecem rentabilidades mais baixas, enquanto os menores pagam mais. No Santander, por exemplo, o investidor consegue 101% do CDI se ficar pelo menos dois anos. Em instituições menores, pode conseguir 110% ou 115%. É o caso do Banco Paulista, que vende seus títulos por meio da Socopa Corretora.

Em qualquer caso, o risco do CDB é o da quebra do banco, mas há garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para até R$ 70 mil. Flávio Guarino, da Votorantim Corretora, lembra, entretanto, que esse dinheiro não é devolvido ao investidor de uma hora para outra. “Se o investidor precisar do dinheiro, pode ser que tenha que esperar o processo de liquidação da instituição.”

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Para tentar turbinar um pouco a carteira que já tem CDBs, um complemento pode ser o fundo imobiliário, na opinião dos especialistas. Flávio Guarino, da Votorantim Corretora, comenta que há opções no mercado atualmente que oferecem uma garantia de 9% ao ano para quem aplicar R$ 5 mil. O risco do investidor é o da qualidade da carteira do fundo. Por isso, o ideal é saber qual o perfil do fundo. “Se estiver ligado a um imóvel de um banco grande, por exemplo, dá para saber que a segurança é maior,“ diz o analista.

Outro cuidado é com a liquidez. Apesar de este mercado ter crescido bastante, o investidor deve saber que pode não conseguir se desfazer de sua cota rapidamente. Já a principal vantagem, segundo Guarino, são os rendimentos que o investidor pode receber mês a mês, como se tivesse um imóvel alugado.

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LCI e Debêntures
 
Há ainda outros produtos financeiros que podem incrementar as carteiras acima, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI). Apesar de terem exigências de aplicações mínimas mais altas, algumas corretoras de valores oferecem cotas de até R$ 10 mil. “Estes títulos são uma alternativa para quem tem horizonte de longo prazo para a aplicação,” diz o consultor financeiro Mauro Calil, gerente geral do Instituto Nacional de Investidores (INI). Assim como os fundos imobiliários, esses títulos também têm isenção de imposto de renda para o investidor, o que vem sendo um atrativo. Calil lembra, entretanto, que antes de comprar o investidor sempre deve avaliar se a aplicação tem um prazo que atenda seus objetivos.

Os bancos também podem oferecer aos seus clientes a opção de comprar debêntures, que são títulos de dívida de companhias. Mais distantes dos investidores, essas aplicações estão no radar das autoridades, que pretendem facilitar a negociação, comenta Guarino, da Votorantim. Por enquanto, a orientação é para que o investidor busque informações sobre a empresa antes de comprar, para saber se é sólida. Além disso, os prazos para resgate podem ser mais longos, o que exige planejamento.

Fonte! Chasque de Olivia Alonso - iG São Paulo, no sítio do iG, no dia 19 de setembro de 2012. Abra as porteiras:   http://economia.ig.com.br/financas/investimentos/2012-09-19/onde-investir-ate-r-10-mil.html.

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