terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Os erros dos milionários

Conheça as mancadas financeiras de quem tem muito dinheiro, e saiba como evitá-las.


Nascido em 1916, no bairro carioca de Botafogo, Jorge Eduardo Guinle, mais conhecido por Jorginho Guinle, era herdeiro de uma das famílias mais ricas do Rio de Janeiro no início do século 20. O famoso playboy brasileiro morou no hotel Copacabana Palace (fundado por seu tio, Octávio Guinle, em 1923) e gastou boa parte de sua fortuna, estimada em quase US$ 100 milhões, com festas luxuosas, viagens pelo mundo, presentes e mulheres, muitas mulheres. Guinle desfrutou da intimidade de atrizes de Hollywood como Rita Hayworth, Marilyn Monroe e Ava Gardner. Gabava-se por nunca ter precisado trabalhar na vida e sua autobiografia foi titulada Um século de boa vida. 
 
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Romário, Mike Tyson, Michael Jackson e Clodovil Hernandes:
exemplos de má gestão financeira
 
Guinle morreu aos 88 anos, em 2004, falido e morando de favor no hotel que já não pertencia mais à sua família. Histórias de pessoas que chegam a amealhar patrimônios bilionários, que depois são rapidamente dilapidados, são mais comuns do que se imagina. O ídolo pop Michael Jackson é o exemplo mais conhecido. Ao morrer, em 2009, suas extravagâncias haviam deixado para seus herdeiros uma dívida estimada em US$ 500 milhões. As estripulias do boxeador Mike Tyson, que desperdiçou seu dinheiro com limousines, mansões, festas e bichinhos de estimação nada baratos, como tigres-brancos, também ilustram a situação. 
 
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Jorginho Guinle, o maior playboy do Brasil, nunca trabalhou
e gastou boa parte de sua fortuna com festas, viagens e mulheres
 
Entre os brasileiros, o falecido costureiro Clodovil Hernandes e o vivíssimo ex-jogador de futebol Romário, atual deputado federal pelo PSB-RJ, entram na lista dos que perderam muito dinheiro com má gestão financeira. Segundo consultores, extravagâncias, maus assessores e escândalos são os principais responsáveis pelos problemas financeiros de celebridades. Não são apenas famosos que perdem fortunas por erros na gestão do patrimônio. No Brasil, há pelo menos uma dezena de ex-ganhadores de prêmios de loteria que empobreceram em poucos anos. Mas também existem aqueles que construíram suas fortunas com suor e trabalho, ou simplesmente herdaram, e não souberam preservar o patrimônio conquistado. 
 
Todos, sem exceção, cometeram alguns erros bem comuns. De acordo com Ernesto Leme, sócio responsável pela área de Wealth Management da Claritas Investimentos, é difícil mudar padrões de comportamento financeiro. “Existe o deslumbramento inicial, que vem acompanhado da dificuldade em gerir o patrimônio, muitas vezes por acreditar que, quando se tem dinheiro, não é necessário se preocupar com isso”, afirma Leme. Segundo ele, é importante que as pessoas entendam que, sem gestão, o dinheiro não dura para sempre. “Em geral, quem tem muito dinheiro não se preocupa com o futuro, e esse é um dos principais erros dos endinheirados”, afirma. A seguir, confira os principais erros de gestão de patrimônio segundo um estudo da Claritas:
 
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Deslizes que valem milhões
 
Conheça os erros mais comuns dos milionários, segundo estudo da claritas investimentos:
 
1 Comprar brinquedos sofisticados
 
O primeiro equívoco é comprar ativos que geram despesas recorrentes. São brinquedos sofisticados como carros de luxo, iates, helicópteros e apartamentos no Exterior. Quem trabalhou tem direito a alguns prazeres, mas é preciso lembrar sempre que esses mimos vão criar despesas fixas mensais que consumirão parte da fortuna. Há casos em que o patrimônio que gera despesas chega a representar 30% ou 40% do total de ativos. O máximo recomendado é a mobilização de 10%. Imagine alguém que disponha de R$ 100 milhões. Se esse milionário possui cerca de R$ 30 milhões em brinquedos caros – e, em geral, pouco utilizados –, gastará em torno de 20% ao ano do valor com o capricho, sendo metade em depreciação, metade em manutenção. Imaginando que a outra parcela do patrimônio tenha sido investida a uma taxa real de 5% ao ano, depois do desconto do Imposto de Renda (15%), cerca de R$ 2,5 milhões foram subtraídos do total da fortuna.
 
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2 Falta de planejamento tributário
 
Outro erro comum é desprezar o planejamento tributário, o que faz com que o endinheirado pague mais imposto do que deveria. Um exemplo é o do investidor que tem várias aplicações financeiras em bancos ou gestores diferentes, pois pagará Imposto de Renda separadamente sobre cada uma delas. Se agrupar seus investimentos em um fundo exclusivo, ele pagará menos imposto e ainda poderá compensar eventuais prejuízos, sem abrir mão da diversificação.
 
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3 Falta de planejamento sucessório
 
É comum pensar que basta fazer um testamento para tornar tranquila a transferência dos bens para a família em caso de morte. Não é bem assim. Há muitos casos de famílias que, durante a fase de inventário, ficaram sem os recursos necessários para as despesas do dia a dia ou que tiveram que tomar empréstimos bancários para arcar com os custos do próprio inventário. É para isso que existem os planos de previdência, que não entram no inventário, estando disponíveis aos beneficiários imediatamente. Para planos com patrimônio acima de R$ 5 milhões, é possível formar um fundo exclusivo, com taxa de administração menor do que a média de 3% cobrada pelos planos abertos. 
 
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4 Brincar no mercado
 
Além de perder dinheiro por não contar com a ajuda de especialistas, passar o dia focado nos investimentos pode causar prejuízos. É o caso do médico ou advogado que perderá caras horas de trabalho operando no homebroker. O custo de contratação de um profissional para gerir os investimentos é irrisório na comparação com as perdas que eles certamente irão sofrer.
 
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5 Alavancagem
 
Alavancagem nada mais é do que usar uma liquidez que você não tem para investir. O resultado pode ser uma perda dupla: ter prejuízo com a operação no mercado de capitais e ainda ter de arrumar dinheiro para devolver a quem emprestou. Há casos de milionários com uma Ferrari na garagem e que, da noite para o dia, ficaram sem recursos para pagar a conta de luz.
 
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 Fonte! Chasque de Patrícia Alves, publicado no sítio da Revista Isto É Dinheiro, no dia 15 de fevereiro de 2013. Abra as porteiras clicando em http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/112047_OS+ERROS+DOS+MILIONARIOS

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