domingo, 8 de setembro de 2013

A defasagem da tabela do Imposto de Renda!


Defasagem no IR em 62%. Estimativa de auditores mostra que pessoas com renda em faixa menor são as mais prejudicadas
 

Brasília — A defasagem entre a tabela do Imposto de Renda (IR) e a inflaçãopode chegar a 62% até o final do ano, segundo e stimativas do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional). Aavaliação é que a diferença, neste momento, está em torno de 60%, mas a inflação, que ficou próxima de zero em julho, deverá voltar a subir. O Sindifisco Nacional está apoiando uma campanha para mobilizar e informar a população sobre a necessidade de correção da tabela. A campanha Imposto Justo foi lançada em maio e pretende convencer os congressistas a reduzir as injustiças fiscais provocadas pela não correção. Os interessados em participar devem preencher o formulário no site www.sindifisconacional.org.br/impostojusto.

Em 2013, a correção da tabela, estabelecida pelo governo, ficará em 4,5%, o centro da meta de inflação estabelecida no Índice  de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial do país. Entretanto, a projeção de analistas de instituições financeiras para a inflação medida também pelo IPCA está em 5,75%, segundo apurou pesquisa do Banco Central (BC).  

“Era para ser 4,5%, mas, como a inflação está acima disso, estimo que em torno de 6,5% ou seis e qualquer coisa, aquilo que era 60% irá para 61% ou 62%”, avaliou Álvaro Luchiezi, gerente de estudos técnicos do Sindifisco Nacional. Se isso for confirmado, os contribuintes continuarão a pagar mais impostos, principalmente a maioria dos trabalhadores assalariados. 

A tabela do IR já vinha sendo corrigida em 4,5% desde 2007, e a previsão era acabar com a utilização desse índice em 2010. Porém, no início de 2011, por meio da medida provisória 528, o governo resolveu aplicar o mesmo percentual até 2014. De acordo com o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, no momento, esse é o percentual que está valendo, e não existe previsão de mudança. “A tabela já está corrigida para o próximo ano. No momento, não temos nenhum estudo para isso. Fica nos 4,5% como previsto. Por enquanto, não temos nenhuma demanda sobre simulações.”

A  proposta do Sindifisco Nacional é que a correção da tabela do IR seja atrelada à evolução da renda. “O objetivo é entrar com projeto de lei, assinado por alguns parlamentares, que trate da correção gradativa da tabela, que não seja atrelada a qualquer índice inflacionário, mas sim ao rendimento médio do trabalhador”, defendeu o presidente da entidade, Pedro Delarue.

Isentos viraram contribuintes Conforme o presidente do Sindifisco Nacional, Pedro Delarue, para dimensionar o prejuízo dos assalariados com a não correção da tabela do Imposto de Renda, o contribuinte que em 1996 ganhava nove salários mínimos era isento do Imposto de Renda. Agora, quem ganha 2,5 salários é obrigado a pagar, e várias pessoas que eram isentas, por causa da renda baixa, foram paulatinamente ingressando na condição de contribuinte.


Em contrapartida, Delarue defende o fim da isenção da cobrança de Imposto de Renda na distribuição de lucros e dividendos para pessoas jurídicas.

“É uma questão de justiça fiscal. Nós defendemos que seja um rendimento tributado”.

O peso maior do imposto, diz, seria para quem ganha acima de R$ 240 mil por ano. 
 
Fonte! Chasque publicado nas páginas do jornal Correio do Povo de Porto Alegre (RS), na edição do dia 19 de agosto de 2013.

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