quinta-feira, 17 de julho de 2014

Taxa de juro mantida em11%

Decisão do Copom de adotar igual patamar é a segunda após ciclo de elevação que durou 13 meses
 
Crédito: www.cantareira.org

São Paulo — O Comitê de Política Monetária (Copom) do BancoCentral (BC) decidiu ontem à noite, por unanimidade, manter a taxa básica de juros, a Selic, em 11% ao ano. A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 2 e 3 de setembro e a tendência é de que os 11% permaneçam.

Foi a segunda manutenção seguida da Selic após a interrupção, em maio, de um ciclo de alta de 13 meses. A decisão de manter o juro estável era esperada pelo mercado, que prevê este mesmo patamar até o final do ano por conta do fraco nível da atividade econômica, apesar de a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, ter acumulado 6,52% em 12 meses até junho, taxa que estoura o teto da meta estipulado em 6,5%.


A Selic em um mesmo patamar sinalizaria que as elevações anteriores foram suficientes para provocar os efeitos esperados na economia. Com a atividade econômica em baixa e a inflação no varejo pressionada, o Copom optou pela manutenção da taxa, conforme já havia avaliado a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O Banco Central usa os juros básicos para controlar o aumento de preços. Com taxas maiores, a instituição busca reduzir o crédito disponível e, assim, o dinheiro em circulação. Dessa forma é possível diminuir a quantidade de pessoas e empresas dispostas a consumir bens e serviços. Teoricamente, os preços parariam de subir.


Ao fim da reunião do Copom, o BC divulgou o seguinte comunicado: “Avaliando a evolução do cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, neste momento, manter a taxa Selic em 11% ao ano, sem viés”. O BancoCentral afirma que parte do aumento dos juros feito até abril deste ano ainda não teve efeito pleno na inflação, uma vez que as decisões sobre a taxa de juros demoram alguns meses para mostrar impacto, alcançando primeiro a atividade e depois a inflação.


“O Brasil enfrenta uma conjuntura preocupante, em que a inflação está elevada e o crescimento permanece muito baixo. Só a adoção de medidas estruturais — que tornem o país mais competitivo e que devolvam a confiança dos agentes da economia brasileira — poderá reverter o quadro. Além disso, só passaremos a conviver com juros e inflação mais compatíveis com o resto do mundo quando adotarmos uma política fiscal ativa no combate à inflação, com controle rigoroso dos gastos correntes”, afirmou o presidente da Fiergs, Heitor José Müller. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) também criticou a manutenção da taxa. “Os beneficiados são os bancos, os rentistas e grandes  especuladores, que continuarão lucrando, tirando recursos públicos que deveriam ser direcionados para o crescimento da economia com distribuição de renda”, afirmou o presidente.


Fonte! Chasque (matéria) publicado nas páginas do Correio do Povo de Porto Alegre (RS), edição do dia 17 de julho de 2014.

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