segunda-feira, 5 de julho de 2010

Poupança é melhor opção para jovens que querem investimento de curto prazo

Tenho 21 anos e acabei de conseguir meu primeiro emprego. Meu salário será de R$ 1,8 mil. Poderei guardar cerca de R$ 300. O que devo fazer com esse dinheiro? Poupança, previdência, ações?

A primeira coisa a definir é quais são os seus objetivos financeiros. Ninguém poupa simplesmente porque quer guardar dinheiro e sem objetivo algum. Poupar é um ato de sacrifício, afinal você está deixando de consumir para ter mais dinheiro no futuro. Para os seus objetivos de curto prazo, a caderneta de poupança, títulos do tesouro, como as LFTs, ou mesmo um fundo de renda fixa pode ser uma boa alternativa. Para objetivos de prazo mais longo, como aposentadoria, há alternativas como as Notas do Tesouro, planos de previdência, fundos de ações ou investir diretamente em ações. Lembre-se sempre de que quanto menor o prazo e maior a importância para você do dinheiro aplicado, menos risco deve ser corrido.

Minha renda mensal é de R$ 5 mil. A de minha mulher é de R$ 4 mil. Temos um filho de três anos. E, como o preço dos imóveis está cada vez mais alto em São Paulo e os aluguéis também estão subindo, gostaria de saber se vale mais a pena continuar como locatário ou fazer um financiamento imobiliário.

Poupar antes para depois gastar é sempre recomendado. Por outro lado, não será nada bom pagar aluguel quando você estiver aposentado. Assim, como o casal é novo e tem boa renda, vale a pena pensar em trocar o aluguel pela prestação da casa própria. Uma boa alternativa é buscar inicialmente um imóvel mais em conta que gere uma prestação próxima ao gasto de aluguel pago atualmente. O tempo está a favor desses nossos leitores que podem posteriormente realizar uma poupança maior e trocar por um imóvel melhor.

Já ouvi falar, mas não entendo muito o que é "mercado de opções". Quero saber para que tipo de investidor ele é bom negócio.

As opções pertencem ao grupo chamado de Derivativos, tal como operações de mercado futuro e swaps, que são ativos financeiros de alto risco. Quem adquire, por exemplo, uma opção de compra de ações da Petrobrás tem o direito, e não o dever, de comprar o lote de ações combinado, pelo preço combinado até a data de exercício da opção. A Bovespa mantém oferta de muitas séries de opções de diversas empresas. Um exemplo é a opção de ação da Petrobrás PN PETRI40, que vence no dia 20 de setembro ao preço de R$ 40. Assim, nessa data, caso o preço à vista dessa ação esteja acima desse valor, por exemplo R$ 45, você exerce a opção pagando somente os R$ 40, caso contrário você perde o prêmio pago pela compra da opção. Trata-se de um mercado que envolve muito dinheiro e que usualmente é para investidores muito experientes com muito conhecimento do assunto.

Admito que não tenho muita experiência com ações. É melhor eu investir por meio de um corretor ou pelo home broker?

O mercado de ações é de risco e exige do investidor conhecimento e tempo para que possa ser operado. A gestão da própria carteira pelo home broker, ou mesmo pelo corretor, exige que você tenha conhecimento sobre gestão, diversificação, empresas, saiba dar ordens, acompanhe o mercado para saber momentos de entrada e de saída. Logicamente, o corretor pode ajudá-lo, mas, mesmo assim, tempo e conhecimento são essenciais. Caso você não tenha esses elementos, a recomendação ao leitor é que ele inicialmente entre num fundo de ações, que tem por trás um gestor profissional. Enquanto isso, ele deve buscar conhecimento sobre o mercado, lendo sobre o assunto ou mesmo fazendo cursos na área. Uma dica importante é acessar o próprio site da Bovespa, que tem muito material para aprendizado e mantém simuladores para testar os conhecimentos.

Minha casa é alugada e meu banco tem oferecido seguro residencial, para que eu esteja coberta caso ocorra incêndio ou mesmo a quebra de algum vidro. O sr. acha que vale a pena?

A decisão sobre a compra de seguros depende de seu comportamento em relação a riscos. Pense ao menos um segundo sobre as consequências da ocorrência de algum sinistro, como pegar fogo em sua casa. Caso esse pensamento lhe traga muita dor é porque você não suporta a ideia de correr esse tipo de risco. Então, é melhor comprar o seguro residencial. No caso da aquisição do seguro, você deve pensar nesse gasto como um investimento e não ficar se lamentando pelo dinheiro pago pela apólice e nada ter acontecido. Eu costumo dizer que a cada final de ano eu comemoro o fato de ter pagado seguro saúde, ou de carro, e não ter usado. Por outro lado, não deixe de pesquisar preços das apólices e de ter muito cuidado na escolha da seguradora e do corretor.

Fonte! Chasque publicado no dia 05 de julho de 2010, no sítio do O Estado de São Paulo - http://www.oestadao.com.br/, na seção Economia.

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